A despedida do guerreiro (Em 27/09/2012)

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       Durante uma das aulas de Redação, o aluno Eduardo, da 1ª série da Turma Delta, produziu o texto a seguir. De cunho intimista, a pequena crônica capta um momento inconfundível na vida de todo aluno especialista.
       Quer saber que momento é esse? Então, boa leitura!



A separação
Eduardo Menezes Rodrigues dos Santos

       Na madrugada fria, um abismo de angústia e de dor pairava na terra que ninguém pisa. Dos filhos, recrudescia o sentimento do abandono, das dúvidas, da insegurança, enquanto as mães sorriam por fora pelo orgulho da família, mas derramavam uma cachoeira de lágrimas pela caverna da rocha.

       A lufada da bomba-relógio, pejada de saudade, aumentava a cada sinapse nervosa de uma lembrança e nublava a vida dos, agora, defensores da pátria. Enquanto uns se apegavam a pensamentos positivos, de incentivos, motivação e orgulho da farda, outros em nada conseguiam disfarçar a dor da separação. Para um grupo seleto, um pífio momento que iria extinguir-se com o passar do tempo; para outros, pensamento puído eterno.

       Essa é uma realidade para quem está passando ou para quem já passou por tal situação. Todo aluno da Escola de Especialistas de Aeronáutica é submetido a essa eterna luta entre o triunfo e a saudade, em que a dor é evocada e a lembrança da separação precisa ser superada.

       A dor é passageira, a glória é para sempre. Desistir para uns é um remédio para livrar-se da dor da alma, mas um passo que, anos mais tarde, fará surgir o pior sentimento de todos: o arrependimento. Para os que almejam a vitória, o sacrifício é necessário, e um futuro digno coroado com a realização profissional, certo.