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Relato - 18/03/2020





Bem-vindo à nossa nova coluna. Aqui você vai encontrar dicas de como fazer um relato bem-sucedido. Acompanhe nossas futuras postagens.

Interpretação de temas (Relato) - Em 04/04/2020




Interpretação de temas de relato

         O primeiro passo para se fazer uma interpretação adequada do tema de um relato é compreender as partes que compõem o tema e suas respectivas funções.

         Vejamos, por exemplo, os temas a seguir.

Escolha um dos temas abaixo e redija um relato, atentando para o padrão culto de linguagem.
 Tema 1: Um taifeiro se dirige ao Oficial-de-Dia para contar o que fez um soldado no rancho durante um momento de fúria.
O quê?
Quebra de mesas e cadeiras
Quem?
Soldado e taifeiro
Onde?
Rancho dos soldados
Quando?
No jantar
Qual narrador?
1ª pessoa
Descrição:
Descreva psicologicamente o soldado no seu momento de fúria. E também o rancho, após o ocorrido.
Discurso:
Utilize obrigatoriamente o discurso direto e/ou indireto.

Tema 2: Um policial militar reporta ao delegado de uma pequena cidade uma ocorrência.
O quê?
Avistamento de uma criatura extraterrestre
Quem?
Morador de uma pequena cidade e a criatura
Onde?
Pátio do estacionamento de um supermercado de uma pequena cidade
Quando?
Ao entardecer de um dia de domingo
Qual narrador?
3ª pessoa
Descrição:
Descreva a criatura, aliando aspectos que a distingam de um ser humano.
Discurso:
Utilize obrigatoriamente o discurso direto e/ou indireto.

         Procedendo-se a uma leitura global dos temas, percebe-se que ele é composto de duas partes bem distintas: uma orientação acima do quadro e o quadro com algumas informações.

         Vejamos, agora, cada uma dessas partes.
         As orientações  Um taifeiro se dirige ao Oficial-de-Dia para contar o que fez um soldado no rancho durante um momento de fúria” e “Um policial militar reporta ao delegado de uma pequena cidade uma ocorrência” correspondem ao que se pode chamar de situação comunicativa, ou seja, o contexto extratextual em que supostamente o relato em questão foi produzido.
         Essa situação comunicativa compõe-se basicamente de um emissor, ou seja, o produtor do relato, e de um receptor, isto é, aquele a quem se destina o relato, o leitor do relato, podendo, eventualmente, conter também o objetivo de se redigir o relato. Mas naturalmente essa é uma situação hipotética, imaginária na qual VOCÊ, aluno, deverá assumir a posição do EMISSOR.
         Já as informações constantes do quadro dizem respeito aos elementos do relato ─ personagem(ns) (quem?), fato (o quê?), tempo (quando?), lugar (onde?) e narrador ─, ou seja, o contexto intratextual, a estrutura do relato propriamente dita, além de algumas informações adicionais, como descrição e discurso, as quais, embora não se refiram à estrutura, fazem parte do conteúdo intratextual.
         Diante disso, como se deve proceder? Bem, os elementos extratextuais (emissor, receptor e objetivo do relato), embora NÃO necessariamente apareçam explícitos no texto, são essenciais para a organização dos elementos intratextuais do relato (personagens, fato, tempo, lugar e narrador) e das informações adicionais (descrição e discurso), bem como para o nível de linguagem utilizado.
         Voltemos, então, ao primeiro tema. De acordo com a situação comunicativa, o emissor do relato é o taifeiro, e o receptor, o Oficial-de-Dia. Pois bem, VOCÊ, aluno, deverá assumir a posição de quem? Isso mesmo! Você deverá assumir a posição do EMISSOR, nesse caso, do taifeiro. Então nem o taifeiro nem o Oficial-de-Dia podem aparecer no texto do relato, correto? Depende. Primeiramente você deve ver qual tipo de narrador o tema determina. Para este tema, o narrador deve ser em 1ª pessoa. O que isso significa? Isso significa que você deverá redigir o relato COMO SE VOCÊ FOSSE O TAIFEIRO, utilizando marcas gramaticais de primeira pessoa, como pronomes pessoais em primeira pessoa (eu, me, nós, nos), pronomes possessivos em primeira pessoa (meu(s,) minha(s), nosso(s), nossa(s)), além de verbos em primeira pessoa quando as ações se referirem ao narrador.
         E os elementos do quadro? Eles devem aparecer explicitamente no relato? SIM! No caso do tema em questão, o taifeiro, além de ser o próprio narrador, é também um dos personagens juntamente com o soldado e, portanto, deve figurar no texto. Os demais elementos, como rancho dos soldados (lugar), jantar (tempo) e quebra de mesas e cadeiras (fato) devem igualmente aparecer no relato e, de acordo com o esquema para relato, eles devem ser apresentados logo no primeiro parágrafo, podendo ser acrescidos de informações que determinem um pouco mais esses elementos, como horário, nome e idade dos envolvidos, identificação do rancho e outras que você considerar pertinentes.
         Nos dois parágrafos subsequentes, que correspondem, segundo o esquema, ao desenvolvimento, você deverá acrescentar as informações descritivas solicitadas no tema, sem se esquecer de utilizar o discurso. Uma vez que os principais elementos foram apresentados na introdução, você pode acrescentar outros, se desejar e considerar necessário.
         Mas ATENÇÃO! Não é permitido mudar o fato em nenhum momento do relato, nem mesmo no último parágrafo, no qual se encontra o desfecho. A solução ou a possível solução para o fato não deve anulá-lo ou mesmo transformá-lo de tal maneira que ele fique em segundo plano. Isso pode configurar abordagem parcial ou mesmo fuga ao tema.
LEMBRE-SE: o relato gira sempre em torno de um fato; se o fato for mudado, o tema não foi corretamente abordado, entende?
         Agora que você já sabe como deve proceder para fazer uma correta interpretação de um tema de relato, veja um exemplo de como seria um relato adequado ao primeiro tema.


Ataque de fúria no rancho dos soldados

Nossa unidade militar tem servido de exemplo para as demais unidades da Força e da Federação quanto a seu nível de organização, trabalho harmônico e convivência pacífica entre o efetivo. E, desde que nela passei a servir como taifeiro, essa tem sido a fama que nos antecede no universo militar. Em razão disso, é com um misto de assombro e pesar que venho relatar a Vossa Senhoria a surpreendente situação que envolveu os comensais presentes no jantar do dia 11 de agosto, no rancho dos soldados, mais precisamente às 19h. Nesse específico momento, o espaço, antes acolhedor e ordeiro, foi alvo de um ataque de fúria, deflagrado por um dos membros de nosso efetivo, o Soldado Bashar Alênia, que deixou prejuízos materiais ao ambiente e colocou em risco a integridade física dos presentes.
O jantar seguia em sua normalidade, quando o Cabo Anselmo chamou minha atenção para o comportamento estranho do Soldado Bashar enquanto ele aguardava sua vez na fila para se servir. Este dizia frases sem sentido e gesticulava vigorosa e largamente, como se falasse com alguém a seu lado. Em alguns momentos, batia com força um dos pés no chão e mexia com insistência em seu celular. Dirigi-me até ele e, retirando-o discretamente da fila, levei-o para a porta de entrada da cozinha, perguntando-lhe se estava se sentindo bem. Ele me respondeu com ironia, dizendo que tudo dependeria de mim, se eu iria ou não continuar a aborrecê-lo. Lembrei-lhe de que seu comportamento poderia lhe trazer consequências administrativas e penais, e foi nesse instante que ele, empurrando-me para o lado, agarrou uma das cadeiras e começou a golpear uma das mesas.
Imediatamente os que ali estavam sentados se levantaram e correram em direção a um lugar mais seguro. Como a cadeira se partiu, o Soldado Bashar pegou uma das pernas de ferro, que se soltou da estrutura, e começou a golpear as estantes onde ficam armazenados os pratos e os copos. Cacos de vidro voaram para todos os lados e se espalharam por todo o chão. Com o pânico instaurado nos demais, a ordem ficou comprometida; mesas e cadeiras foram derrubadas e a louça com comida se espalhou por todos os lados. Alguns praças tentaram se aproximar do Soldado enfurecido para tirar de suas mãos o pedaço de ferro da cadeira, mas sem sucesso; a tarefa era arriscada. Em poucos segundos, com uma expressão de extrema fúria no olhar, vermelho e suando muito, o Soldado Bashar prosseguiu com a quebradeira, partindo os móveis de madeira e também as vidraças que conseguiu alcançar. Gritava a plenos pulmões que estava cansado da vida no quartel e que um tenente estava o perseguindo. Exclamava que queria justiça e ainda que desejava falar com o Comandante naquele instante. Em determinado momento, pareceu cansado e abaixou os braços, olhando de forma fixa para o chão. Imediatamente, pulei por trás dele e o derrubei. O Cabo Anselmo, vendo minha reação, veio em meu socorro e, juntos, imobilizamos o Soldado Bashar Alênia.
Após o ataque aqui relatado, o agressor foi detido e encaminhado para o galpão de detenções, permanecendo em reclusão lá ainda. Consultado sobre as razões que o levaram a agir daquela forma, não manifestou intenção de comentar, insistindo apenas que seria seu direito permanecer calado. Tendo sido esses os fatos ocorridos durante o jantar da referida noite, apresento este relato para sua apreciação, no intuito de que este possa contribuir para a ciência do que se passou e na aplicação de medidas que possam reparar o dano causado ao rancho dos soldados e à nossa unidade militar pelo transtornado soldado.

         E quanto ao segundo tema? O primeiro passo é verificar qual é a situação comunicativa do relato a ser elaborado.
         No tema 2, o emissor é um policial militar que redige um relato para o delegado, que é, portanto, o receptor. Você, aluno, deverá assumir a posição do emissor, correto? Então, nesse caso, você vai redigir o relato COMO SE FOSSE O POLICIAL MILITAR. Você já sabe que o receptor, ou seja, o delegado, não aparecerá no texto. Mas, e o policial militar? Ele aparecerá no texto em primeira pessoa? Calma! Agora é a hora de verificar qual é o tipo de narrador determinado no tema.
         Conforme o quadro, o narrador é em terceira pessoa. Assim, o policial militar NÃO deverá aparecer no texto como o observador do fato ou como um dos personagens que tenha tomado parte do conjunto de ações relatadas. Nesse sentido o relato resultante não poderá exibir marcas de primeira pessoa que revelem isso, embora você assuma a posição do policial.
         Então:
NARRADOR EM 1ª PESSOA: o emissor PODE aparecer no texto.
NARRADOR EM 3ª PESSOA: o emissor NÃO pode aparecer no texto como alguém que participa das ações relatadas.
        
E os demais elementos do quadro? Assim como no tema 1, eles OBRIGATORIAMENTE devem aparecer no relato. De preferência, como sugere o esquema, eles são apresentados logo no primeiro parágrafo. Os dois parágrafos seguintes desenvolvem alguns desses elementos, acrescentando-lhes informações descritivas e discurso, e o último parágrafo, que é a conclusão, apresenta um desfecho, uma solução ou possível solução, SEM, contudo, MUDAR O FATO, que, no tema 2, refere-se ao avistamento de uma criatura extraterrestre.
         Vejamos, então, o que seria um relato adequado ao tema 2.


Estranha criatura em Vargem Pequena

Na 1ª Delegacia de Polícia da cidade de Vargem Pequena, o movimento, durante o plantão de domingo, dia 15 de abril, transcorria sem sobressaltos. Foram registrados apenas casos simples, como um desentendimento entre vizinhos e um arrombamento seguido de furto num sítio na região do Rio dos Motas. No entanto, no final desse dia, por volta das 17h30min, adentrou este departamento, bastante transtornado emocional e psicologicamente, o senhor Eliote Naves do Firmamento, de cinquenta e um anos, taxista, morador desta cidade, que relatou ter tido contato com uma criatura, segundo ele, com características de um extraterrestre. Com dificuldade na articulação das palavras, o depoente detalhou os insólitos fatos a respeito desse suposto contato, situação esta que a seguir se relata na íntegra com vistas à apreciação de Vossa Senhoria.
Disse o senhor Eliote que, por volta das 16h50min, após ter feito o que seria sua última corrida do dia, decidiu, antes de seguir para sua residência, ir até o Supermercado Lua e Estrela, situado na Avenida Roswell, lote 51, a fim de comprar provisões para a semana que se iniciaria. Por ser quase final de expediente, contou o depoente que o estacionamento do ponto comercial estava praticamente vazio, tanto quanto também o estava o interior da loja. Tendo selecionado suas compras e feito o devido pagamento, o senhor Eliote diz ter saído com suas sacolas e se dirigido a seu táxi, estacionado no fundo do pátio. Ao se aproximar de um container de lixo de grande porte, a testemunha relatou ter percebido intensas luzes pulsando intermitentemente na lateral do artefato. Estas, por sua vez, projetavam-se ao longo da parede do prédio, o que, segundo ele, causou-lhe alguma preocupação, posto que imediatamente, conforme informou, cogitou ser um curto-circuito em alguma instalação elétrica. Ao dar a volta na caçamba de lixo, deparou-se com a referida criatura sentada no chão e encostada na lateral da lixeira.
Segundo o seu relato, o ser não se assemelhava a nenhum animal conhecido da fauna terrestre e, apesar de, corporalmente e quanto à presença de cabeça e membros, guardar alguma semelhança com o corpo humano, esta não ia além disso. Ou seja, a criatura tinha duas pernas, dois braços, com mãos e dedos, e uma cabeça, mas, em suas palavras, a pele e a carne eram transparentes, o que permitia a vista dos órgãos internos e do sistema de veias e artérias. A consistência do conjunto era gelatinosa. “Parecia uma água-viva”, informou o depoente. As luzes, segundo o que descreveu, vinham dos órgãos internos, que emitiam uma pulsação por meio de flashes coloridos intensos, predominantemente amarelos e azuis. Os olhos eram grandes e verdes, dispostos nas laterais do crânio e tinham o mesmo formato dos olhos dos répteis. Não possuía narinas e sua boca, segundo observou, era uma espécie de tromba, com a qual a criatura com dificuldade emitia um som agudo, semelhante a uma roldana não lubrificada, nas palavras do senhor Eliote. Percebendo que a criatura iniciara uma tentativa de ficar de pé, o depoente disse ter largado suas sacolas e corrido, a pé e em pânico, diretamente para a 1ª DP, que dista cinco quarteirões do local da suposta ocorrência.
Tendo sido acolhido o relato do senhor Eliote em todos os detalhes por ele informados, foi passado um rádio para a viatura de área mais próxima. Esta, após uma varredura no local do dito avistamento e nas imediações do supermercado, informou não ter tido nenhum sinal da criatura nem de qualquer outra situação anormal pelo bairro. Ainda assim, dado o insólito de toda a situação e ao estado emocional da testemunha, transmite-se a Vossa Senhoria esta ocorrência, no intuito de submetê-la à sua apreciação e, se assim exigir o caso, embasar futuras investigações.


Relato (26/03/2020)

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Relato

O relato é um tipo de texto em cuja organização a sequência temporal é um elemento central. Dessa forma, ele sempre se refere a um fato o qual pressupõe, além de tempo, outros elementos, como espaço, ação, personagens e narrador.
Primeiramente, é imprescindível se admitir que todo e qualquer fato é passível de análise e de síntese; em outras palavras, todo fato pode ser desmembrado em inúmeras ações intimamente a ele relacionadas que mantêm entre si uma relação de anterioridade e de posterioridade e, ao contrário, ser reduzido ao menor número possível de eventos que se conectam a ele. Isso porque, no mundo real, no qual vivemos, o fluxo de acontecimentos é infinito e ininterrupto. Por exemplo, você pode dizer simplesmente: Hoje, pela manhã, como habitualmente faço, arrumei-me, tomei meu café da manhã e dirigi-me ao meu trabalho.
Mas você pode desmembrar esses fatos em outras ações. Hoje, ao abrir os olhos após uma noite de sono restabelecedor, logo pela manhã, mais exatamente às 6h20min, sentei-me na minha cama, calcei meus confortáveis chinelos, não sem antes bocejar e me espreguiçar, fui até ao banheiro, fiz minha ablução matinal, tirei meu pijama, coloquei meu uniforme para somente então tomar meu café da manha. Após alimentar-me, escovei os dentes, passei um perfume, peguei as chaves do carro, tirei-o da garagem e dirigi-me ao meu trabalho. Lá chegando, estacionei o veículo, tranquei-o, subi as escadas até chegar à minha sala de trabalho. Ao adentrá-la, cumprimentei meus colegas presentes, sentei-me à minha mesa, liguei meu computador e comecei a trabalhar.
E pode, igualmente, reduzi-los. Hoje, após o café da manhã, fui trabalhar.
Como se pode ver, não há um padrão para o encadeamento das ações; o que determinará a sequência das ações e o ritmo imprimido a elas ao serem transcritas para o papel será o olhar do narrador, guiado pelos objetivos e intenções previamente estabelecidos. No caso de um relato feito para ser avaliado, além das exigências textuais propriamente ditas (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas), é preciso se levar em conta a situação comunicativa bem como a função do gênero textual em que o relato se insere.
Assim o relato contido numa carta pessoal de um filho a uma mãe em que ele conta como foi seu primeiro dia de faculdade numa cidade distante vai diferir bastante em vocabulário e sintaxe, por exemplo, daquele contido num boletim de ocorrência redigido por um escrivão ao colher o depoimento de uma vítima de assalto. No primeiro caso, o relato, escrito em 1ª pessoa, provavelmente possuirá um grau de informalidade que não deve constar no segundo caso, dada a situação formal de comunicação em que circula um boletim de ocorrência. Este, redigido em 3ª pessoa, deve conter informações o mais objetivas e precisas possível; já na carta pessoal, o relato pode vir impregnado de emoção e subjetividade, dado o caráter pessoal do gênero textual em questão, o que interferirá, naturalmente, na seleção vocabular bem como na construção sintática das frases.
Entretanto, independentemente do gênero textual em que figura o relato, interessa-nos em nosso curso reconhecer os traços linguísticos que caracterizam o gênero textual relato.
Dessa forma, um relato deve responder às seguintes perguntas:
1. O quê? (fato): O que aconteceu. O fato envolve um conjunto de ações devidamente encadeadas, posto que devem apresentar uma relação lógica entre si.
2. Quem? (pessoas): As pessoas envolvidas no fato do qual participam praticando ações.
3. Onde? (espaço): Lugar(es) onde transcorrem as ações relacionadas ao fato.
4. Quando? (tempo): Referência temporal indicadora do momento e/ou da duração das ações.
5. Qual narrador (1ª ou 3ª pessoa): A voz que conta o fato, ou seja, que seleciona as ações e as encadeia numa relação lógica, segundo a sua perspectiva como participante do fato e praticante das ações (1ª pessoa) ou observador que não pratica ações, pois não se envolve no fato (3ª pessoa).


Considere o seguinte fato: Os passageiros aterrissaram em Nova York no meio da noite.
Relate-o do ponto de vista do controlador de tráfego aéreo registrando a ocorrência a partir do que presenciou da torre de controle e do que lhe informou o próprio piloto do avião. O narrador deve ser em 3ª pessoa.
A exemplo do que foi explicado, desmembre esse fato em outras ações a ele relacionadas, estabelecendo uma relação lógica, de modo que se mantenha entre elas uma ordem cronológica de anterioridade e de posterioridade. Para isso, você deverá acrescentar informações que respondam às perguntas acima comentadas.
Observação: Atente para a precisão das informações e para a objetividade da linguagem, a qual deve obedecer à norma padrão.

Esquema para relato - 18/03/2020




ESQUEMA PARA RELATO


      Procure dividir o relato em quatro parágrafos. Cada um deles deve conter, pelo menos, cinco linhas.
     No primeiro parágrafo, que é o da introdução, forneça todos os elementos que compõem esse tipo de texto — o quê, quem, onde e quando não necessariamente nessa ordem, minimamente desenvolvidos, acrescentando detalhes que especifiquem mais esses elementos, como nome do personagem, idade, profissão, endereço ou qualquer referência de lugar onde ocorreu o fato, data e outros que você considerar necessário. Essas informações devem aparecer da maneira mais objetiva possível, no entanto evite enumerá-las num mesmo período. Distribua-as em dois ou três períodos no parágrafo.
      Os dois parágrafos subsequentes, que compõem o desenvolvimento, devem conter as seguintes informações: descrição do(s) personagem(ns) envolvido(s) no fato e descrição do(s) ambiente(s), não necessariamente nessa ordem. Reserve um parágrafo para cada uma das descrições, observando a relevância e a pertinência das respectivas caracterizações para o objetivo do relato. Os adjetivos utilizados devem expressar ideias precisas, como altura, peso, tamanho, volume, espessura, cor e outros, ou mesmo traços psicológicos facilmente observáveis. Não devem, portanto, expressar impressões subjetivas do narrador. Procure, ainda, acrescentar a um dos parágrafos (ou mesmo aos dois, se necessário), períodos com discurso direto e/ou indireto, atentando para as marcas gramaticais exigidas por esses discursos.
     No quarto e último parágrafo, que corresponde à conclusão, procure dar um desfecho para o fato (o quê), como uma solução para o ocorrido. Caso isso não seja possível, forneça informações que apontem para soluções pertinentes a se concretizarem num momento posterior, ou seja, medidas ou ações que visem a uma resolução do fato futuramente.

Observação: O uso de conjunções adversativas (no entanto, entretanto, porém, mas, contudo, todavia) e conclusivas (logo, portanto) parecem não se adequar à construção do relato, já que este se trata de um tipo de texto formado basicamente por sequências temporais, ou seja, que apresentam verbos indicativos de ação e de mudança, predominantemente no passado, circunstâncias de tempo e de lugar, e por sequências descritivas, em que predominam verbos de ligação e adjetivos, comentados acima. Não são comuns a esse tipo de texto, portanto, sequências dissertativas, que expressam a opinião do narrador ou mesmo suas conclusões pessoais a respeito do fato, razão pela qual normalmente não se veem as conjunções citadas acima. Deve-se evitar, igualmente, o emprego de advérbios que expressam um julgamento pessoal do narrador (felizmente ou infelizmente, por exemplo) ou expressões de mesma função (com um final feliz, por exemplo).
Observe o esquema abaixo:



INTRODUÇÃO
Apresentação dos elementos do relato (o quê, quem, onde, quando)

DESENVOLVIMENTO
Descrição do(s) personagem(ns) com ou sem discurso (direto e/ou indireto)
Descrição do(s) ambiente(s) com ou sem discurso (direto e/ou indireto)
CONCLUSÃO
Desfecho do fato com solução ou informações que apontem uma solução



     Considere a seguinte situação:

     Faça um relato em que um jornalista informa os leitores da disseminação de uma epidemia que mudou drasticamente a rotina de uma cidade na China. O relato deve conter as seguintes informações, a serem coerentemente desenvolvidas:


O quê?
Uma epidemia muda drasticamente a rotina de uma cidade
Quem?
Todos os moradores da cidade
Onde?
Uma cidade na China
Quando?
Final do ano passado
Qual narrador?
3ª pessoa
Descrição: Descreva a cidade de modo que se perceba uma mudança drástica na sua rotina; as pessoas também devem compor esse cenário.
Discurso: Utilize obrigatoriamente o discurso direto e/ou indireto.



Epidemia na China muda rotina de uma cidade inteira


     No dia 31 de dezembro de 2019, na cidade de Xing Ling, na China, ocorreu o primeiro caso de cetrus, um vírus desconhecido e altamente contagioso, responsável pela epidemia que hoje se alastra pelos cinco continentes do globo. Esse fato ocasionou uma mudança drástica na rotina dessa cidade, afetando a vida de todos os seus moradores. Ainda desconhecido pelos cientistas, esse vírus tem causado muitas mortes, principalmente de idosos, e assustado a população mundial.
      A cidade de Xing Ling, conhecida por seu desenvolvimento industrial e suas ruas movimentadas e margeadas por arranha-céus modernos e imponentes, encontrava-se completamente vazia, uma verdadeira cidade fantasma. Nos dias que se seguiram, o trânsito frenético de carros e de pessoas atravessando as ruas ou entrando e saindo dos estabelecimentos foi trocado pelo silêncio ensurdecedor de avenidas, parques, restaurantes, clubes e inúmeros edifícios totalmente desertos.
   Uma e outra pessoa vagavam solitárias, esquivando-se umas das outras e esgueirando-se pelas esquinas silenciosas. Todas, impreterivelmente, utilizavam máscaras que cobriam o nariz e a boca, como forma de se protegerem do inimigo invisível. Uma professora universitária, de 35 anos, relatou que, na universidade em que leciona, as aulas haviam sido suspensas por tempo indeterminado, bem como haviam sido cancelados todos os congressos do semestre.
     Esforços de cientistas do mundo todo têm sido envidados para se encontrar uma vacina que combata eficazmente os sintomas causados pelo cetrus. “Estamos desenvolvendo testes laboratoriais com tecnologia de ponta para minimizar os efeitos danosos dessa doença e tranquilizar a população. Mas é necessária uma conscientização de todos no sentido de se prevenirem contra essa epidemia, tomando medidas simples de higiene”, orienta a infectologista Esther Elisa Praga.