O caminho para o clímax (Em 02/05/2011)

laurosa.wordpress.com

Conforme você está descobrindo nas aulas sobre narração, compor um texto narrativo é muito mais do que contar uma “historinha”, como alguns, com toda ingenuidade, creem. Há muitos elementos sobre os quais deve recair nossa atenção. Uns são mais simples; outros, mais complicados. Desses últimos é quase uma unanimidade a concordância de que o clímax é o mais difícil de ser atingido.
Alguns comparam a arte de se criar um bom clímax num texto com um quebra-cabeças. No entanto, essa comparação talvez seja mais condizente com o trabalho de leitura do leitor, que, passo após passo, vai juntando os elementos, na tentativa de descobrir o mistério que circunda a trama, antes de sua revelação pelo autor; nesse sentido é que a metáfora do quebra-cabeça funciona, e o clímax seria a última peça a ser posta.
Para o autor, entretanto, esse trabalho se compara na verdade com um jogo de xadrez, no qual cada passo pode determinar o sucesso de toda a trama, com um clímax autêntico (o xeque-mate) ou colocar em risco o êxito desse momento, fazendo desmoronar o texto em sua verossimilhança ou em outro aspecto fundamental para esse objetivo.
Existem muitas definições sobre o que é o clímax, mas pouco se tem dito a respeito de como se trabalharem as partes de um texto de maneira que se possa atingir esse ponto da narrativa com propriedade. É muito comum também que exista uma certa confusão a respeito desse elemento; muitos julgam ver um ápice da história onde em realidade não há nenhum, demonstrando uma certa falta de habilidade de leitura para se enxergar quando e se ele verdadeiramente existiu em uma narração. É fato que inclusive muitos profissionais das letras revelam essa dificuldade.
O clímax é o ponto culminante da história; isso é um consenso. É o momento em que tudo o que foi lido antes e que possuía apenas sentido parcial, ou até mesmo não fazia sentido algum, passa a compor, com todo o texto, uma só unidade de sentido. Ele, às vezes em apenas uma linha ou com somente uma palavra, consegue promover a integração de partes que pareciam desprovidas de sentido, se comparadas às outras do mesmo texto. Ele condensa, ao mesmo tempo, o momento em que a ansiedade por respostas a respeito da trama chega ao seu ponto máximo e aquele em que a curiosidade é saciada.
O resultado pode ser a surpresa, se as pistas deixadas no texto conduziram o leitor a crer algo diferente da revelação feita no clímax. Mas também pode ser o de uma certa sensação de prazer, se ele conseguiu encontrar, nas mesmas pistas, o caminho que levava à solução de um mistério, de um segredo, daquilo que se ocultava na história e somente o narrador detinha o poder de saber. É quando o leitor pode relaxar, pensando ou mesmo verbalizando algo como um “Eu sabia!”.
Para que o clímax seja atingido, então, é necessária a habilidade do escritor para aguçar a expectativa de seu leitor, respeitando sua inteligência, convidando-o a participar de uma charada qualquer, que, ao final, se solucionará de forma interessante, de maneira que ele possa dizer com segurança também: “Valeu a pena investir meu tempo nesse texto!”.
Agora, durante todo o tempo, é imprescindível que o escritor seja honesto com seu leitor. Há, entre essas duas dimensões (leitor e escritor), uma espécie de pacto, através do qual o escritor se compromete, digamos assim, a não trair a confiança do leitor, enganando-o, por exemplo, com pistas que não formem um todo ao final da leitura, ou fazendo com o que o narrador pareça desconhecer coisas que pela lógica deveria conhecer. Repetimos: tudo deve fazer sentido após o clímax. Não existem partes gratuitas em uma narração; em outras palavras, nela nada deve sobrar, nada deve faltar. Aquilo que chamamos vulgarmente de “encheção de linguiça” depõe, portanto, negativamente contra o estilo.
Vamos exemplificar o que se disse acima por meio do seguinte tema:

Aquela fotografia pendurada na parede ajudou a revelar um antigo segredo de família.

Elabore um texto narrativo no qual esse trecho seja inserido coerentemente.

Apesar de se tratar de apenas um período, a leitura do tema revela elementos interessantes que devem ser considerados para o sucesso do texto. Quais são eles? Bem, o elemento mais importante, digamos, é a existência de um segredo de família. E não pode ser qualquer segredo, como algo que uma personagem contou para outra no início de uma festa e foi revelado logo no dia seguinte a essa mesma festa, por exemplo. Não. Trata-se de um antigo segredo de família; algo que permaneceu oculto durante muitos anos ou durante gerações. E essa revelação tem um peso também. O segredo deve ser algo digno de ter permanecido guardado durante todo o tempo em que ficou. E, óbvio, diz respeito a uma família qualquer.
Essas primeiras considerações já fornecem problemas mais ou menos complicados de serem resolvidos, de acordo com o rumo que o autor pretender tomar.
Mas a leitura do tema ainda não acabou, pois ele explicita também a forma como esse segredo deve ser revelado: um quadro preso à parede, contendo uma fotografia, é o ponto de partida para a revelação. Assim, pode-se considerar que algo na fotografia revelará o segredo, que algo na moldura ou na parte de trás do quadro contribuirá para a solução ou mesmo que a fotografia induza uma das personagens a se comportar de tal forma, que acabe por descobrir o segredo.

Vejamos o seguinte texto:

paposdebar.blogspot.com
                                                                    

A estranha descoberta do detetive Cristóvão

Em uma noite de tempestade, Cristóvão, detetive particular, estava dentro de seu carro, de tocaia, aguardando a chegada de seu alvo, uma mulher loira, de trinta e cinco anos, casada com um industrial famoso do Rio de Janeiro. O detetive fora contratado por ele para seguir todos os seus passos, pois desconfiava da fidelidade de sua esposa.
Nesses casos, Cristóvão sabia o que deveria fazer, e o fazia muito bem. Era caso de dar um flagrante, fotografando a traição no momento em que se consumasse. Apesar de muito jovem —  tinha vinte e dois anos , ele possuía faro, pois, desde criança, gostava de brincadeiras de agente secreto ou detetive. Os seriados americanos como Magnum e A gata e o rato também o ajudaram bastante a desenvolver o raciocínio lógico. Claro que não teria chegado à perfeição que sua profissão exige se não fosse a leitura de Sherlock Holmes e toda a coleção de Aghata Christie, que lera ainda na adolescência.
Ele bebeu o último gole de café frio que estava no copinho de isopor e checou o relógio. Estava quase na hora. Saltou do carro e buscou abrigo embaixo de uma marquise.
Não demorou muito e um táxi vermelho parou em frente à portaria do edifício sob cuja marquise Cristóvão se abrigara. De dentro dele, a loira saltou, atirando uma nota de cem reais para o taxista, que tentou avisar sobre o troco, mas em vão. Ela cruzou voando a calçada e entrou no prédio, dirigindo-se para o elevador.
Cristóvão, sossegadamente, adentrou logo em seguida. Acendeu um cigarro, deu uma tragada. Encaminhou-se até o porteiro e lhe meteu pelo bolso uma nota amarrotada de vinte reais. Já estava tudo combinado. Agora era só questão de tempo. Quinze ou vinte minutos seriam suficientes.
Passado mais ou menos o tempo de dois cigarros, Cristóvão começou a agir.
Com a alça de sua câmera em volta do pescoço, tomou o elevador rumo ao décimo segundo andar. Em frente ao apartamento em que a loira estaria, estacou. Achou estranho; a porta se encontrava entreaberta. Ele já estava com um de seus dispositivos para destrancar portas, mas nem foi preciso. Avançou com passos incertos.
Entrou em uma sala ampla, bem-decorada, de fraca iluminação. Estava tudo silencioso; a chuva passou a cair mais intensamente. De repente, ele ouviu vozes murmurando no fim de um corredor. “Então é lá que estão os dois pombinhos”, ele pensou.
Pé ante pé, ele foi se aproximando da porta do quarto; esta também estava apenas encostada. Os murmúrios foram ficando mais consistentes. Ele já conseguia distinguir nitidamente algumas palavras. Ouviu um “meu amor!” mais adocicado. “É agora!”, teve certeza em sua mente.
Acendeu o flash, empurrou a porta, mirou a câmera, e o que ele viu o deixou desconcertado.
Sentados na beirada da cama, elegantemente vestidos, estavam o industrial que o contratara e a mulher loira.
Entre e sente, meu filho — convidou a mulher loira.
Como assim "meu filho"? — espantou-se Cristóvão. — Pelo que eu saiba...
Você não sabe de muita coisa — cortou-lhe a fala o industrial. — Mas hoje você vai saber de tudo.
Sim, filho. Olhe para aquela fotografia na parede, e você irá entender tudo — orientou a mulher.
Cristóvão se aproximou de um quadro com uma moldura dourada e antiga no qual havia três pessoas: um jovem, de pé, atrás de uma linda moça recém-saída da adolescência, sentada a uma cadeira, com um bebê no colo. Tudo na fotografia sugeria um ambiente simples, assim como as roupas que os dois jovens estavam usando.
Imediatamente Cristóvão reconheceu aquele casal, o industrial e a mulher loira, e viu que o bebê da foto era ele.
Mas como? Então eu não sou órfão?
Não, meu filho — disse o industrial.
Nós éramos jovens e muito pobres na época em que você veio ao mundo. Por isso, resolvemos dar você para nossa empregada, que não podia ter filhos. Infelizmente não soubemos mais dela. Muitos anos se passaram e enriquecemos. Decidimos que já era hora de procurarmos por você. Por isso tentamos encontrar um detetive experiente que pudesse procurar por nosso filho.
Pois é, quando entrei no seu escritório, nem acreditei. Vi imediatamente que era você aquele bebê lindo de seis meses que abandonamos e por quem procurávamos, e decidimos fazer uma pegadinha com você — completou o industrial.
Ah, papai! Ah, mamãe! Que bom que encontrei meus verdadeiros pais e que vocês têm todo esse senso de humor.
Depois de muito chorarem abraçados e de joelhos no chão, os três caíram num acesso de riso. Nesse momento a tempestade que desabava sobre a cidade se dissipou.

***
Repare que, apesar de bem-conduzida a trama até certo ponto, seu desenrolar simplesmente não faz sentido.
Não se espera de um casal de pessoas supostamente maduras, uma mulher de trinta e cinco anos e um industrial, que, após o abandono de um filho, tentem recuperar o contato perdido vinte e dois anos depois, aplicando-lhe uma “pegadinha”. Quando o pai de Cristóvão o viu pela última vez, o moço era um bebê de seis meses; de que maneira ele o reconheceria, imediatamente, após tanto tempo? Que lugar era aquele em que os três se encontravam? Se os pais do detetive eram tão pobres como alegaram, como poderiam ter empregada? Alguém, após ser abandonado friamente pelos pais, reagiria da maneira como Cristóvão reagiu no texto? Tudo terminaria em gargalhadas? E o mais comprometedor de tudo: onde está o segredo de família? Não há sequer segredo nessa história. O resultado é simplesmente inverossímil.

Vamos ver agora este outro exemplo baseado no mesmo tema.
                                                       

O retrato
Marcelo Ferreira de Menezes

Sou o último de uma família de três filhos. Sou temporão, como se costuma dizer nesses casos. Quando minha mãe me deu à luz, já passava dos quarenta, e meus dois irmãos eram adolescentes. Até onde minha memória alcança, não me lembro da companhia deles. Cresci sozinho pelos quintais de minha casa. Não conheci meus avós, mas penso agora que isso talvez não tenha sido mesmo necessário, já que meu pai, com seus cabelos e barba brancos, com seu olhar duro e seu jeito cansado da vida, deveria se parecer mesmo com um avô, desses de histórias infantis.
Mas ele era austero; não tinha nada dessa docilidade corriqueira dos avôs. Valorizava a moral, os bons costumes, conforme ele sempre dizia em seus longos sermões às mesas de domingo, quando, muitas vezes, alterado pela emoção, dava contundentes murros sobre a madeira, fazendo chacoalhar copos, talheres e meu pequeno corpo. Esses murros sucediam uma série de sentenças que sempre começavam por “Um homem deve ser...” e Pam! Um murro. “Um homem deve ser...” e Pam! Outro murro. A esses almoços concorriam metodicamente meu irmão e sua esposa, mas nunca minha irmã, que somente aparecia uma vez por ano, justamente nas noites de Natal. Então, minha mãe a recebia no portão. Abraçavam-se, choravam bastante, trocavam beijos cheios de ternura. Meu pai se trancava em sua sala de leituras, onde jamais me fora permitido entrar. Eu, proibido de ir lá fora, assistia a tudo da janela de meu quarto. Como parecia ser bonita minha irmã. Passado algum tempo, despediam-se; ela partia, de cabeça baixa; minha mãe entrava lacrimosa.
Demorei anos para entender o porquê da surra que levei certo dia. Como tinha habilidade para consertar qualquer coisa, jurei a uma colega de escola que consertaria sua boneca. Meu pai, revistando minha mochila no meu quarto, encontrou o tal brinquedo. Um olho roxo, hematomas por todo o corpo, três costelas quebradas e uma perfuração no pulmão esquerdo foi o saldo da minha tentativa de impressionar o sexo oposto.
Sobre o piano de cauda de minha mãe, dezenas de porta-retratos com fotos minhas, de meus pais, de meu irmão com sua mulher, de minha mãe ou de meu pai sozinhos, de todos de uma vez só; nenhuma de minha irmã. Mistério que martelava meu jovem espírito e que produzia flashes de imagens mentais confusas, na tentativa de uma resposta.
Hoje, que o véu do segredo não mais obstrui minha visão, é difícil não pensar que era tudo óbvio demais. Contava eu dezessete anos e voltava de uma carraspana, sozinho, para casa; meus pais estavam em viagem. Não sabia como nem onde, mas eu perdera as chaves da porta. Forcei todas as janelas; só a da sala de leitura de meu pai abriu. Pulei para dentro e, podendo ir para meu quarto, não o fiz. Um quadro preso à parede, com uma foto de todos nós, sem minha irmã, chamou-me a atenção e, tomado por uma curiosidade esquisita, resolvi mexer nas gavetas de um dos armários. E foi nele que encontrei um velho álbum de família. Sem saber o que procurava ao certo ali, acabei descobrindo por acaso a resposta para aquele antigo mistério.
Olhei quase uma centena de fotografias. Quanto mais eu via as fotos, mais percebia que algo não estava fazendo sentido. Eram fotos de nossa família, correto. Eu olhava, olhava, e não compreendia o que poderia ser. Até que, virando uma página, uma foto surgiu diante de meus olhos e lançou um clarão tão intenso em minha mente que eu caí sentado num sofá. Nela estavam meu pai e minha mãe, os dois de pé, atrás de meus dois irmãos, sentados cada um em uma cadeira. No colo de um deles, eu, ainda bebê. Imediatamente reconheci aquela moça que eu sempre vira no portão, chorando com mamãe, nas noites de Natal. Sim, era minha irmã; tive plena certeza disso. Mas, ali, naquela foto, naquele momento registrado para sempre pela lente da câmera, não era ainda aquela bela mulher, que sempre me intrigara desde criança; não, era um menino sorridente, de feições delicadas, de mais ou menos uns quinze anos, quem me amparava gentilmente nos braços.

***

É muito importante que o redator saiba, aproveitando-se do que o tema fornece, no que consistirá o clímax de sua história, antes mesmo de colocar a caneta no papel. Todas as situações pelas quais a personagem irá passar têm de ser ponderadas e comparadas com as situações possíveis de serem encontradas na vida (caso se trate de um texto com características realistas).
A escolha do foco narrativo determina profundamente as possibilidades da narração. Sabendo disso, optamos por um narrador em primeira pessoa, para que o segredo guardado pela família durante tanto tempo fosse oculto somente para ele, o que dará ao texto um tom de confissão.
Esse recurso deu a oportunidade de criar um narrador que se propõe a contar para o leitor como e quando desvendou um mistério sobre sua família. Assim, o narrador, referindo-se às cenas vividas no passado, conta apenas o que o limite de sua percepção alcançava e os sinais que o perturbavam naqueles momentos aparentemente sem nexo, sem antecipar detalhes que revelem, antes do tempo, a solução: um pai austero, por demais preocupado com um padrão de masculinidade; uma irmã misteriosa, que somente surgia nas noites de Natal e da qual ele jamais pôde se aproximar; uma surra, que levou sem entender o porquê, e fotografias de todos os membros da família, menos da irmã misteriosa. São esses os elementos que alimentam a expectativa do leitor por respostas. Que razões existiriam por trás desses sinais?
A partir daí surge uma série de exigências técnicas necessárias para que o texto possa ser o mais fiel possível à realidade. E elas surgem primeiro como problemas que devem ser devidamente e cuidadosamente respondidos pelo redator:
1) Como fazer para que alguém não conheça bem a história de seus irmãos?
Resposta: a personagem deveria ser temporão.
2) Como fazer para que a personagem ficasse distante dessa irmã misteriosa durante tanto tempo e não tivesse acesso a ela, nem acidentalmente?
Resposta: obviamente, seu irmão fora expulso de casa ainda muito cedo, quando o narrador ainda não tinha consciência suficiente do mundo a sua volta; a noite de Natal seria o único dia concedido pelo pai para uma visita rápida; o narrador tinha ordens expressas de não sair de seu quarto.
3) De que maneira o quadro auxiliaria a personagem na resolução do mistério?
Resposta: o mistério não poderia estar no quadro, pois seria impossível se viver tanto tempo em uma mesma casa sem atentar para os elementos de uma fotografia presa à parede; assim, o quadro apenas deveria despertar ou aguçar o interesse da personagem para que esta agisse de maneira fora do normal.
4) O que teria impedido a personagem de entrar na sala de leitura de seu pai antes?
Resposta: com um pai desses, quem arriscaria a descumprir uma ordem?
5) Por que ele entraria em um local que lhe era proibido sem um motivo bastante plausível?
Resposta: colocar os pais do narrador em uma viagem para deixar a casa vazia; aproveitando-se disso, o narrador, jovem, sai e bebe demais, perdendo as chaves, o que o obrigaria a tentar entrar por uma das janelas; alcoolizado, o narrador se libera de suas tensões normais e passa a investigar um ambiente que, na condição de sóbrio, não teria coragem de vasculhar.
6) Como deixar pistas para o leitor para que, após o clímax, perceba a fidelidade do escritor com relação ao pacto de confiança que sempre deve ser estabelecido desde o início da narrativa?
Resposta: não enganar o leitor com pistas falsas, que não comporão um todo com o restante do texto, ou com partes narrativas que não tenham estrita relação com o clímax (não “encher linguiça”).
7) O que fazer também para demonstrar que a preocupação exacerbada do pai da personagem não possuía qualquer fundamento, uma vez que a orientação sexual do narrador já estava definida desde a infância?
Resposta: o trecho do conserto da boneca indica que o narrador quis consertar o brinquedo para impressionar sua amiga de escola.

Cada uma dessas e outras perguntas foram sendo respondidas metodicamente e, ao final, se converteram em sequências narrativas ou descritivas dentro do texto, de maneira a lhe garantir a verossimilhança e o sucesso do clímax.
É claro que um tema pode ter tantas soluções quantas forem as cabeças criativas a imaginá-las. Um outro desenvolvimento para esse tema implicaria uma série de diferentes perguntas; logo, problemas diferentes teriam de ser considerados.
O importante é ter em mente que escrever um texto narrativo é um desafio de lógica, quase um problema matemático. Somente o treino constante e muita leitura serão capazes de levar você a produzir, com maturidade e eficiência, esse tipo de texto. Por isso, não fique parado. Vamos treinar!

P.S. : Todos os textos apresentados neste post são de autoria do professor Marcelo Ferreira de Menezes