Memória viva - Em 04/08/14

Blog do Capitão Aza
Letras & e-Artes, memória viva
Capitão Aza, de A a Z

As crianças e os jovens brasileiros de hoje, tão habituados com os super-heróis americanos da Marvel e da DC Comics, talvez não saibam, mas o Brasil já teve um herói autenticamente nacional, e, ainda por cima, de carne e osso. E você pode não acreditar, mas, justamente durante os chamados Anos de Chumbo, no auge do AI-5, sua figura remetia inconfundivelmente à de um militar, e da Aeronáutica. E, como se isso já não bastasse, era também delegado de polícia.
Ele não usava capa, não tinha superpoderes e não lutava contra vilões alucinados que sempre querem destruir o mundo. Sua roupa era simples: um macacão de aviador e um indefectível capacete de piloto com vistosas lentes negras. Seus poderes eram tão somente a alegria, a comunicação e a camaradagem. Sua missão, conforme bem diziam os versos de sua canção, era, pela trilha da esperança, cantar o amor e a paz.
No comando de sua astronave (na verdade um, para os padrões de hoje, rudimentar cenário dentro de um estúdio de televisão da extinta TV Tupi) impreterivelmente todas as tardes, ao longo de impressionantes 13 anos, o Capitão Aza alimentou a fantasia de milhões de crianças brasileiras, que o tinham por ídolo, e se transformou no primeiro fenômeno de massa produzido pela mídia para essa faixa de público.
E, diferentemente de outros programas televisivos infantis que o sucederam e confessadamente por ele foram inspirados, o Clube do Capitão Aza conseguiu toda essa audiência sem apelar para a exibição de uma adolescente sequer em micro-shorts, com coxas e umbigo de fora. Surpreendentemente todo o carisma do personagem-apresentador foi construído na base da defesa de ideais simples e atualmente tidos como fora de moda, como o valor do caráter, o respeito aos pais, à escola e aos professores, ao trabalho, aos mais velhos, ao turismo, à cultura e à pátria.
Por meio de seu programa, também toda uma geração foi apresentada aos heróis mais famosos dos quadrinhos e que hoje arrecadam milhões nas bilheterias de cinema de todo o mundo, como o Homem de Ferro, o Homem Aranha, o Capitão América, o Hulk, o Thor, o Speed Racer e o Batman. Se você tem pouco mais de quarenta anos, sabe onde viu pela primeira vez todos eles e ainda: Ultra-Seven, Robô Gigante, Príncipe Namor, Thunderbird, Super-Dínamo, Joe 90, Esper e tantos outros.
Mas, por detrás de todo herói, há sempre uma identidade, um rosto, a história de um homem. Wilson Vasconcelos Vianna; era esse o seu verdadeiro nome. Ator, cantor e delegado da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, membro da Academia de Cinema de Hollywood, laureado com a medalha do Mérito de Santos Dumont por seu efetivo trabalho de divulgação da Força Aérea e, em geral, das Forças Armadas, é a ele que o Letras rende aqui esta justa homenagem no mês de setembro, mês em que, pela primeira vez, foi ao ar o Clube do Capitão Aza, naquele longínquo ano de 1966.
Quer saber mais sobre o Capitão Aza e sobre Wilson Vianna? Continue lendo.