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"Patrick e Susan Stübing (de 31 e 23 anos) formam um casal há oito anos, têm quatro filhos e se tornaram conhecidos quando decidiram lutar para eliminar o artigo 173 do Código Penal alemão, que penaliza com até três anos de cárcere privado o incesto. Patrick e Susan são irmãos e alegaram que a proibição legal é contrária à Constituição alemã, que garante a livre escolha em matéria sexual."
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"O depoimento de John, 61, e Jenny Deaves, 39, pai e filha e também parceiros românticos, foi ao ar no domingo à noite, no programa 60 Minutes, da rede austrialiana Nine. 'John é meu pai e também meu parceiro. Não nos vemos como pai e filha. Não vejo John como meu pai, apesar de ele ser meu pai biológico', afirma Jenny na entrevista. 'Sou um homem que encontrou uma mulher e se apaixonou', diz John."
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A partir da reflexão sobre essa polêmica, a Turma Alfa da Segunda Série produziu um debate que resultou em alguns textos, todos muito bons. Selecionamos o da aluna Ana Paula Medeiros Ribeiro. O tema proposto foi A sociedade tem o direito de impedir os relacionamentos incestuosos consentidos, penalizando essa prática como crime?
Veja o que Ana Paula tem a dizer sobre o assunto.
Uma união perigosa
Ana Paula Medeiros Ribeiro
O amor incestuoso não é um caso muito comum na sociedade. Porém, ultimamente, algumas relações desse tipo vêm tomando lugar de destaque na imprensa internacional. O amor e o desejo são sentimentos muito particulares; cabe a cada pessoa o direito de escolher a quem amar e desejar. Uma relação incestuosa não causa aparentemente mal algum à sociedade de maneira geral. Entretanto, há que se considerar que os filhos frutos dessa relação podem sofrer anomalias genéticas e preconceitos. Além disso, a instituição familiar poderia ser seriamente comprometida.
A população concorda que o incesto é um tabu, mas ainda assim há pessoas que defendem que toda forma de amor é válida. Contudo, estudando a genética, o problema fica óbvio: os descendentes de relações incestuosas têm 50% a mais de chance de nascerem com anomalias. Tais anomalias podem ser tanto físicas, quanto mentais e são resultados do cruzamento de códigos genéticos muito semelhantes, como no caso de um casal de irmãos incestuosos. Na antiguidade, alguns membros das famílias reais egípcias se casavam com parentes próximos para manter a dinastia e para que sua riqueza não se espalhasse, e isso causava muitos casos de mutação genética.
Há chances, claro, de os descendentes de casais incestuosos nascerem saudáveis, mas, ainda assim, eles enfrentariam barreiras sociais grandes. Poderiam ser alvo de preconceitos e brincadeiras maldosas, ou poderiam ser isolados socialmente por conta de uma constituição familiar diferente dos padrões em vigência.
Com o devido acompanhamento psicológico, os filhos de relações incestuosas poderiam até chegar a ter uma vida saudável, porém haveria uma estrutura familiar confusa e difícil de ser entendida pela criança. Se um casal de irmãos incestuosos tivesse uma filha ou filho, por exemplo, a mãe dessa criança seria, ao mesmo tempo, sua tia.
Portanto, mesmo que uma relação incestuosa não cause prejuízos à vida social geral, certamente trará sérias consequências aos descendentes dessas relações e, portanto, deve ser considerada crime, já que coloca a integridade da vida social e psicológica de outros em risco.